Diante dos torvelinhos de pensamentos e atitudes nossas e perante os aturdimentos que nos acomete no nosso dia a dia, é que deveríamos criar um momento de lucidez e tentar desnovelar o emaranhado que se tornou a nossa vida.
É bem verdade que no ápice do distúrbio, nossa mente parece que fica anuviada. Parece que uma névoa densa nos impede de perceber o que estamos falando e o que estamos fazendo.
É comum diante de tal situação, nos sentirmos num beco sem saída.
O único movimento que fazemos é o de buscar pessoas que, como nós passam pelo mesmo sofrimento.
Entramos, daí por diante, num ciclo interminável do qual relutamos para sair.
Sem percebermos, não conseguimos detectar que nessa “ajuda” que buscamos, muitas vezes, recorremos a pessoas tão desequilibradas ou mais do que nós mesmos.
Esse suposto “socorro” que esperamos, via de regra, nos deixa mais aturdidos ainda.
Como um desequilibrado pode ajudar outro?
O bom senso seria, buscarmos auxílio com quem tem o histórico de cura ou equilíbrio e, tentar colocar em prática o que foi bom para outro.
Infelizmente não é isso que fazemos. Geralmente teimosamente fazemos uma lista de perguntas justamente para quem sofre igual ou mais do que a gente.
Como esperar cura assim?
Nesse tempo todo de “doença” e observação, tenho percebido que os que se equilibram são aqueles que buscam mudar suas atitudes com relação ao distúrbio. Aqueles que enfrentam e que procuram interpretar e analisar tudo de uma forma racional, e, a partir daí, tomar uma postura diferente perante a doença psicológica.
Contrariamente a isso percebo também, que aqueles que assumem uma postura de medo de conformismo, sem buscar alternativas novas e sem enfrentamentos, tendem a entrar no ciclo da doença, com medos, dores, sintomas e crises, indefinidamente.
Agora, cabe a cada um analisar o que é bom para si ou não.
Existem aqueles que não querem se arriscar. Esses talvez precisem de mais algum tempo para entenderem essas verdades. Ou pode ser que nunca consigam ou queiram entender.
Cada um é responsável por sua saúde e por seu equilíbrio. Essa é a verdade que poucos admitem.
Pensemos nisso.
Cláudio.